OS 33 MOMENTOS DE CAIO MATTOS

RAFAEL HUGHES

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Sinopsis de OS 33 MOMENTOS DE CAIO MATTOS

Eu podia ter deixado por isso mesmo. Eu podia ter deixado quieto, afinal, em um movimento de duas forças opostas, quando uma cede, não existe um conflito. Eu podia ter engolido o meu orgulho, esquecido aquele zé mané e ter dançado e me divertido à noite inteira. Mas não. Como dito antes, eu era muito imaturo, e ainda não tinha percebido que uma única decisão errada pode nos afetar pelo resto das nossas vidas. Resumindo a estória foi que, influenciado por toda aquela atmosfera, sem o menor controle das minhas emoções, da mesma forma como o Clóvis alguns meses antes, contei para o Garga o que havia acontecido, que na mesma hora subiu para o mezanino para achar o magrão e quando viu o cara sentado com a guria no colo começou a dançar esbarrando e pisando no pé dele de propósito. Quando o cara fez menção de falar qualquer coisa, o Garga se virou e começou a desferir socos e chutes, tirando a mina do colo do cara, pegando ele pelos pés e atirando o magrão de cima do mezanino para o andar de baixo. Eu assisti a tudo de camarote, afinal, devia ser o que eu queria, já que fui responsável por provocar toda aquela situação. E somente depois de alguns anos, quando um dia eu parei para refletir sobre este momento em frente ao espelho do banheiro, que percebi que o cara havia caído de cabeça pra baixo, e que apesar da pouca altura entre o mezanino e a pista, teria sido o suficiente para ele quebrar o pescoço e ficar em uma cadeira de rodas. E será que eu conseguiria assumir a minha culpa perante o juiz? Ou será que como Daniel, eu enfiaria o meu rabo entre as pernas e correria para os braços de um advogado pedindo ajuda? Para falar a verdade, nunca consegui me responder esta dúvida.

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